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Caminhando com minhas pr​ó​prias pernas

by Taticocteau

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1.
Em delírio silencioso pela cidade, o ar, sem tocar o chão, sem nada entre as pernas, só o ar deambulando de cabeça, respiração intermitente dissolvo na multidão, não preciso de nada entre as espuma, me recolho a insignificância classe-média. Souzândrade (que almejo), muito caminhando com minhas próprias pernas pro andar, sem auxílio sem nada entre pernas, só o ar arejando a brincar de Baudelaire e Alan Poe, sou gueza, sou errante, sem guizo, um dândi, flanando, ambíguo depois de entre as pernas, só o ar no caminhar urbano sem rumo, aleatório, esquizo-turismo distante de Dadá, Gysin ou Burroughs, sem guia, sem errar, sem nada me refugio nas garatujas sonoras, viro/ vejo que minha quimera está longe. Quimera está longe.
2.
Ainda é denso como carnes-sons roçando em várias carnes que tem a vibração da propagação sonora, no vento, mas ainda é carne e existe como carne. A multitude de sons etéreos como o som que emite a cidade é de carnes-sons, amalgamando e entrando em atrito. Ressuo confluindo e conflitando com outras carnes e sons, que como carne apodrece como carne, mas, atravessa como som e se corta com outras carnes. Com outras carnes. O susurro viaja e nos canibaliza, o corpo-som se propaga. O corpo-som ressoa.
3.
Ígnea 06:45
Labaredas da fogueira que acenderam para HELL DE JANEURA para essa população ter com que lamber os corpos das bruxas que leva nada a lugar algum. Como apagá-las em cinzas-vestígios restos mortais? Cinzas-vestígios e restos mortais. Essa linha que caminho não é orgânica, ligando incandescente e intermitente como as esquizofrênicas e auto-destrutivas. Esquizofrênica e auto-destrutiva. Isso faz parte, como demorono o morro do Castelo em convulsão, entrando em erupção, se auto-desmoronando. Uma curva assimétrica, ou fractal, ilusória, que do delírio febril da massa entre os caminhos construídos pelos políticos nos é tóxica, sintética, de poliéster, formando outrora. Poliéster, formando outrora. Como eu amo essa neura, o corpo gago interage conosco à luz da lanterna oscilante, apagando e o vazio cheio de respiração ofegante,. De respiração ofegante,.
4.
Dilúculo 05:29
Me impor, nunca soube. E ganhei caixinhas de música da mãe, o trabalho do meu pai, a angústia dos meus pais sobre, sobre a qual eu teria controle... Aquele julho em Ouro Preto, Londres, meu futuro, a anorexia, controlando...As músicas, que são obras de arte. Obras de arte. Corpo que era a única coisa que Woody Allen gosta delas (e as caixinhas de música para conquistá-las). A memória me falha, porém lembro dos anos 80, inflação galopante, chuva de papel picado, biscoito Mirabel, chocolate Surpresa, o bullying, adolescência superprotegida e melancólica, a depressão dos anos 90, o livre mercado, doces, o cheiro das férias e em de ganhar caixinhas de música. Caixinhas de música. Lembro Cataguases, Caxambu, Cabo Frio e Búzios. Cabo Frio e Búzios. Que eu sofria, nas mãos de... Madrid, São Francisco, Los Angeles...São Francisco, Los Angeles... Nunca soube a moeda forte criada por decreto. Criada por decreto. Remarcar preços, o trabalho da minha cidade, compras de mês, máquinas e marcas de que isso teve na minha auto-estima. Na minha auto-estima. A Meus avós, compreensivos, engraçados, meus avós Paris, Lisboa, Miami, Orlando, Nova Iorque, chuva de papel picado no centro...e da outras crianças burguesas, praticando bullying, o impacto que...O impacto que...
5.
Que se faça a luz! Faça a luz! Uma força na crença promove eleições, não do conhecimento, e cheios de hipocrisia. Cheios de hipocrisia. Está pronta para a eucaristia. Para a eucaristia. Deve no período lunar: farinha, forno. Lunar: farinha, forno. A hóstia Para o ritual: thick leavings of wine, óleo de Abramelin, sangue de novo Iluminismo, pra nos tirar do Totalitarismo, que volta com a ignorância. Com a ignorância. Mais do que para o conhecimento. Para o conhecimento. A olhando pras urnas, votam com medo da Igreja, os discípulos arrebanhados em nó-cego, pois é crença. Nó-cego é crença. Estamos mais pra crença dos dias? Crença nos dias. É um ritual religioso, falsos profetas. Religiosos, falsos profetas. A doutrinação começa na ser consumida por seu sacerdote e todos. Seu sacerdote e todos
6.
No contato permeável das membranas, onde, frestas do chão. Frestas do chão. Residual de história nas frestas porosas do chão. Porosas do chão. São não são. São não são. A troca entre peles seriam suas barreiras, defesas naturais, mas maior órgão do corpo humano, onde se limpar nas ranhuras, ficando entranhado e o que fica agarrado nas se promove trocas intensas. Promove trocas intensas. É lá, de vida, o que não consegue ranhuras mais porosas que pele e trocam informações. E trocam informações. Se tivessem pêlo, gelatinosas, se deixam transpor suas barreiras. É ali, reside ali, naquele entre. Ali, naquele entre. É lá, naquele entre, que a mágica acontece.
7.
Sonoite 04:20
Famoso quase sempre é celebrado, célebre túmulo. Celebrado, célebre túmulo. Ao ouvir a gravação, um de ter capturado vozes do além de audição, poderei escutar mensagens? Poderei escutar mensagens? Haverá pessoas como Domingos de Oliveira ainda Como cheguei aqui? Como cheguei aqui? Ainda tem futuro? Ainda tem futuro? Mas, já estou em outro século e lembro que do século passado pessoas como Domingos de Oliveira ainda vive…dois dias depois, morreu. No cemitério mais rico e tradicional e lembro que do século passado Mas, já estou em outro século entre as tumbas, no caminhar cuidadoso, ruído grave, parecendo vento, me deixa futuro, ou maldição? Futuro, ou maldição? Mandinga, para que da cidade. Que da cidade. Traficantes importantes também. Traficantes importantes também. Nos trazem? Terá futuro? Trazem? Terá futuro? E as almas vivem…dois dias depois, morreu. Dias depois, morreu. O morto convicto que, quando atingir determinada frequência “…que aqui estamos, por vós esperamos”. “Por vós esperamos”. Que bons ventos os espíritos…no meu caminhar meticuloso penso em muita coisa. Em muita coisa. Bien Verlaine “au vent mauvais” …por depois dos 40? Depois dos 40? Depois desse agora? Depois desse agora? Bons ventos o trarão? Ventos o trarão? E que onde todos estaremos, penso ouvir “nós penso, enquanto gravo, na possibilidade raudiviana penadas? Possibilidade raudiviana penadas? Que más ventos? Que más ventos? Comme dit si…
8.
Não…não vem…não tem, não tem voz, pelos dedos, as mãos castradas, soltas em enterros mentais, tento um desterro mas não decolam verbalmente, são soterrados de impressão, presa na garganta, censurada e livres no cérebro, no pensée muitas, muita coisa acumulada na fila A voz não. A voz não. Tentando falar, mas não sai. Mas não sai. A voz não sai, maneira passageira. Sai, maneira passageira. Estrangeiros pensamentos que voam, sonoro, tento, deterr. Sonoro, tento, deterr. Sonor. A voz, mas se multiplica. Mas se multiplica. Uma voz é pensée volant, en passant, mas recorrente, de. Mas recorrente, de.

credits

released June 27, 2019

Gostaria de agradecer a Gabriela Nobre, que sempre acreditou no meu trabalho, e ao Música Insólita pela oportunidade de dar vida a esse projeto. Um agradecimento especial ao Daniel Alves, que fez um excelente trabalho com Gabriela Nobre na masterização do álbum.

Agradeço Isabel Nogueira (Medula), que foi uma das organizadoras do Sonora de Porto Alegre (edição de 2018), pela oportunidade de mostrar meu trabalho que deu o pontapé inicial na minha pesquisa de sons.

Dedico esse álbum à minha mãe Vera Drummond Moura, ao meu pai José Moura, meus avós paternos Janete e José Moura. E, finalmente, dedico aos meus avós maternos Thereza Drummond Peixoto e Lucas Peixoto.

Agradeço a compreensão e paciência do meu CONJE Pedro Ribeiro e do meu baby sauro Juliana Ribeiro

entrevista Taticocteau para o MI:
musicainsolita.com/2019/06/27/taticocteau-caminhando-com-minhas-proprias-pernas/


MI: #009

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